quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Fraternidade Universal: NÃO é utopia!

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2006.09.24

"(...) no século XXI, muitas das ameaças mais importantes não são causadas nem correspondem a objectivos definidos por Estados: têm a ver com indivíduos que se deslocam numa era de globalização. Hoje receamos menos o aparecimento de exércitos invasores do que o terrorismo, o efeito estufa, a expansão de doenças como a Sida ou as migrações em massa provocadas por uma qualquer limpeza étnica. Com a expansão da democracia e dos direitos humanos em todo o mundo, as viagens baratas, a visão telescópica de uns meios de comunicação social globais e a existência de organizações que fazem campanhas que trazem o sofrimento para as nossas salas de estar, o público já não está isolado dos desastres ocorridos em lugares distantes do globo. (...)"

(LEONARD, Mark, Século XXI – A Europa em mudança, 2005, Ed. Presença, Lisboa, p.140)

Nos nossos conturbados tempos há que pensar muito bem na origem dos nossos problemas. "Os desequilíbrios produzidos por uma economia de mercado globalizada, o vasto déficit de legalidade, a necessidade de uma política ao serviço do bem comum, de uma comunicação que não esteja ao serviço de interesses económicos e políticos, são alguns dos inúmeros desafios que se apresentam à humanidade no início do novo século. A resposta só pode ser uma: a fraternidade universal. Acho que deve ser apresentada com factos concretos, vividos em diferentes contextos culturais: na Europa de Leste e Ocidental, na América Latina, na Ásia e na África, e em diferentes âmbitos da sociedade".

Há um movimento de pessoas de bem que propõe uma revolução pacífica no nosso modo de ver a vida: os "voluntários de Deus, uma ramificação do amplo Movimento dos Focolares, fundado por Chiara Lubich em 1943. É um Movimento de renovação espiritual e social, difundido em 182 países, que conta com alguns milhões de aderentes e simpatizantes jovens, adolescentes, famílias, profissionais e operários, de todas as raças, culturas, vocações e crenças religiosas, envolvidos num único projecto: o de contribuir para sanar as divisões, os traumas e os conflitos existentes na sociedade, tendo como único objectivo a fraternidade da família humana. O método privilegiado é o diálogo. Diálogo dentro da própria Igreja, entre as Igrejas, com os Judeus, entre religiões, com pessoas sem convicções religiosas. São inúmeras as concretizações nos vários âmbitos da sociedade, entre as quais se encontram as Cidadelas, as Editoras, os Jornais, as obras sociais e as adopções à distância. A espiritualidade da unidade que nasceu do Evangelho, é a linfa vital que anima o Movimento, é o húmus onde se desenvolvem as várias obras e a força de renovação que contém a dimensão da comunhão e da unidade".

Nos primeiros dias deste mês de Setembro reuniram-se em Budapeste (Hungria) numa Manifestação internacional promovida pelo Movimento dos Focolares no 50° aniversário dos trágicos acontecimentos da Hungria O encontro pretendeu ser um testemunho visível de uma outra revolução, a revolução dos "voluntários de Deus" que surgiram nesse mesmo ano como resposta às aspirações de paz e de liberdade. Participaram 11.000 pessoas de 64 países dos 5 continentes. Com o tema: MUITOS DESAFIOS, UMA PROPOSTA: A FRATERNIDADE - uma resposta inovadora nos vários âmbitos da sociedade: economia, direito, comunicação, política, desenvolvimento, defenderam:

- na economia: será apresentado o projecto de "Economia de comunhão" concretizado em várias empresas de produção e serviços, e a visão cultural que o inspira;

- no direito: será posto em evidência o impacto da fraternidade sobre a questão crucial da legalidade;

- na comunicação: será sublinhada a importância dos meios de comunicação para compor a família humana em unidade, na diversidade;

- na política: será realçado o impacto da fraternidade no agir político, como fundamento e princípio da liberdade e da igualdade.

(Fonte:

http://budapest2006.focolare.org

)

Concluindo: com iniciativas deste tipo o mundo torna-se muito mais aprazível. Está nas nossas mãos que a fraternidade não seja uma utopia.

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