sábado, 31 de outubro de 2009

“Jogada de Pedra”

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2009.Outubro.31

Capitulo 4
1 E conheceu Adäo a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem.
2 E deu à luz mais a seu irmäo Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
3 E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.
4 E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta.
5 Mas para Caim e para a sua oferta näo atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante.
6 E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? 7 Se bem fizeres, näo é certo que serás aceito? E se näo fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.
8 E falou Caim com o seu irmäo Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmäo Abel, e o matou.
9 E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmäo? E ele disse: Näo sei; sou eu guardador do meu irmäo?
10 E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmäo clama a mim desde a terra.
11 E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mäo o sangue do teu irmäo.
12 Quando lavrares a terra, näo te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra.
13 Entäo disse Caim ao SENHOR: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada.
14 Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar, me matará.
15 O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pós o SENHOR um sinal em Caim, para que o näo ferisse qualquer que o achasse.
16 E saiu Caim de diante da face do SENHOR, e habitou na terra de Node, do lado oriental do Éden.
17 E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque; e ele edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de seu filho Enoque; 18 E a Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a Metusael e Metusael gerou a Lameque.
19 E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá.
20 E Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado. 21 E o nome do seu irmäo era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgäo.
22 E Zilá também deu à luz a Tubalcaim, mestre de toda a obra de cobre e ferro; e a irmä de Tubalcaim foi Noema.
23 E disse Lameque a suas mulheres Ada e Zilá: Ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai as minhas palavras; porque eu matei um homem por me ferir, e um jovem por me pisar.
24 Porque sete vezes Caim será castigado; mas Lameque setenta vezes sete.
25 E tornou Adäo a conhecer a sua mulher; e ela deu à luz um filho, e chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, Deus me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o matou.
26 E a Sete também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; entäo se começou a invocar o nome do SENHOR.

Génesis 4:1-26

Nestes últimos dias muito se tem debatido sobre o novo livro do “nobel” Sr. José Saramago. Depois de ter visto os vários debates que se seguiram ao lançamento do livro “CAIM”, julgo ser premente transcrever na íntegra o Cap. 4 do livro do Génesis da Bíblia.
Quem foi Caim? Caim é um personagem do Antigo Testamento da Bíblia, sendo o filho primogénito de Adão e Eva. Era um lavrador. Em hebraico, קַיִן, Caim significa lança, sendo que a sua transliteração seria Qayin. Este nome também é associado a outra forma verbal, "Qanah", que pode significar "obter" ou "provocar ciúme". Algumas obras associam o nome com a expressão "algo produzido".
Como leitor, o Sr. José jamais me seduziu. Como Cristão, as expressões: “Isso é o que pensa a Igreja! (…) O Deus da Bíblia não é de fiar" (…) Bíblia é um rosário de incongruências (…) Bíblia é um livro sagrado e nenhum dos meus o é (…) a Bíblia não é uma invenção minha (…)” convida-me a reflectir a Bíblia com outros olhos. Jamais abalará a minha fé. Se o fizesse que raio de crente era eu? Confiar nos homens? Só em Deus. O que o Sr. José escreve, deve somente espevitar a nossa curiosidade de ler a Bíblia.
No debate promovido pela SIC Notícias, o teólogo e franciscano Pe. Carreira das Neves foi bem explícito quando colocou a questão entre o simbolismo (Igreja) vs. Historicidade (Sr. José) da interpretação da Bíblia. Não se pode ler as sagradas escrituras com o olhar da razão, mas sim com o olhar Divino. Quem as escreveu, fê-lo com inspiração divina e aos homens tal é complexo de perceber. Outro argumento do proeminente teólogo é o facto de todo o Cap. 4 do Génesis levar ao conceito de territorialidade, facto que naquela época tinha uma importância enorme. O terceiro e último argumento é o facto das Sagradas Escrituras terem sido escritas, acredita-se, em Aramaico, depois traduzidas para Hebraico, e depois para Latim e só depois para os diferentes idiomas.
(FONTE: http://www.bibliasagrada.web.pt ; http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1397812&seccao=Livros )
Concluindo: Jesus Cristo inaugura uma “Nova Aliança”. O Antigo Testamento preconizava “Olho por olho, dente por dente”. Como a Nova Aliança, Jesus propõe uma Regra de Ouro: “Faz aos outros aquilo que gostarias que fizessem a ti”, regra esta que está inscrita em todos os livros sagrados de todas as grandes Religiões do Mundo.

sábado, 24 de outubro de 2009

Organização das Nações Unidas (ONU)

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2009.Outubro.24

A Segunda Guerra Mundial relançou a ideia da criação de um organismo supranacional capaz de arbitrar conflitos, de impedir a resolução de problemas de relacionamento entre estados pelo recurso às armas, de garantir a igualdade entre os estados e de fazer respeitar os direitos humanos. Todos estes objectivos, que eram uma reedição dos propósitos que haviam norteado a criação da Sociedade das Nações após a Primeira Guerra Mundial, estavam consignados numa Carta, aprovada em Outubro de 1945 na Conferência de S. Francisco.
Para a implementação dos seus objectivos, a ONU criou organismos especializados diversos, dedicados a desenvolver esforços em áreas específicas, como a FAO (Food and Agriculture Organisation), que se ocupa de problemas da fome e do subdesenvolvimento, a UNESCO e a Organização Mundial de Saúde, que intervêm no campo da ciência, da cultura, da educação e da saúde e outros que se ocupam de questões do trabalho, financeiras e económicas, etc. É grande o prestígio de que estas ramificações da organização desfrutam, particularmente em países do Terceiro Mundo que têm beneficiado de programas educacionais, de promoção económica e social das suas populações ou de campanhas de erradicação de doenças, de educação sanitária ou de combate a epidemias.
Na sua vertente política, no entanto, a vida da ONU tem sido atribulada, em razão precisamente dos conflitos que pretendia controlar ou evitar. Desde a sua fundação, registaram-se, de facto, conflitos entre as grandes potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial, que dispõem de lugar permanente no Conselho de Segurança, com direito a veto: a ONU foi, neste aspecto, vítima dos confrontos entre os blocos político-militares que se constituíram em torno dos EUA e da URSS, o que levou a que prevalecessem sobre todas as outras questões as preocupações com a segurança internacional. Por outro lado, particularmente na década de 60, do séc. XX, a entrada em cena de numerosos países do Terceiro Mundo, muitos deles ex-territórios coloniais recém-chegados à independência, introduziu no seio da ONU problemas relacionados com a desigualdade económica e o direito dos povos à independência e à autodeterminação, com os quais as grandes potências por vezes se preocupavam bem pouco. No âmbito das Nações Unidas, foram empreendidas ao longo de décadas acções com resultados positivos na defesa da paz, como é o caso da interposição de forças militares entre contendores, como sucedeu na dividida Ilha de Chipre ou em Angola. Não quer isto dizer que a ONU tenha eliminado totalmente os conflitos, embora tenha contribuído grandemente para os atenuar e encaminhar para uma solução negociada, no sentido da paz.
Nos últimos anos, a organização tem-se visto confrontada com a necessidade de intervir em numerosos conflitos regionais, nem sempre tendo sabido manter uma atitude claramente neutral em relação às forças que se enfrentam em cada situação, o que levanta reservas por parte dos que se consideram lesados. A ONU é neste momento uma organização em crise de credibilidade, aparentemente com muitas dificuldades para acompanhar a alteração profunda da política mundial após o fim da guerra fria e o desmantelamento dos blocos político-militares, mas é sobretudo uma organização em crise financeira, dado que os países membros protelam o pagamento das quotizações a que são obrigados (o maior devedor, ou pelo menos um dos maiores, são os Estados Unidos), sabendo-se que esta atitude de não-cooperação é igualmente resultante da perda de credibilidade que afecta a organização. Apesar da organização enfrentar situações difíceis, todo o esforço e todo o trabalho desenvolvido nos últimos anos para a conservação da paz e dos direitos humanos proporcionaram-lhe o prémio Nobel da Paz em 2001, prémio partilhado com Kofi Annan (secretário-geral da organização de 1997 a 2007) que demonstrou sempre uma grande dedicação ao trabalho desempenhado pela organização. Esta atribuição da Academia das Ciências sueca serve não só para valorizar o desempenho como também para dar a devida importância à maior organização internacional de apelo à paz e estabilidade mundial.
Concluindo: Hoje, 24 de Outubro, comemora-se o Dia das Nações Unidas. Espero que a ONU ocupe o seu lugar: mediador de bem-estar planetário.
(Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU). In Diciopédia 2009 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2008. ISBN: 978-972-0-65264-5

Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2009.Outubro.17
“Porquanto sempre tendes convosco os pobres, mas a Mim não Me haveis de ter sempre.”
(S. Mateus 26:11)
O Ano Internacional para a Erradicação da Pobreza foi proclamado pela Assembleia Geral da ONU em 1996. Destinava-se a empreender o esforço dos países em programas comuns de debate e busca de soluções globais sobre este problema específico. A proclamação ocorreu na 86ª reunião plenária, a 21 de Dezembro de 1993. A Resolução 47/196, de 22 de Dezembro de 1992 instituíra o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, de entre outras datas oficiais da ONU.
A ONU, assim, reconhecia a pobreza como um problema complexo e multidimensional, com origens tanto no plano interno como de dimensão internacional. A sua erradicação, em todos os países, especialmente naqueles em vias de desenvolvimento, era uma das prioridades da década de 90, do séc. XX, para a promoção do desenvolvimento sustentável.
Não foi uma profecia de cariz fatalista, subscrita por Cristo, ao sublinhar aos Seus discípulos o cuidado que sempre lhes deveria merecer todos aqueles que, pelos tempos além, haviam de ser vítimas da pobreza, da fome, da nudez, da perseguição, da maldição dos homens, e sofredores de todas as carências. E hoje, mais do que em qualquer outro tempo da História, as realidades mostram-se tão dramáticas que as “estatísticas são de arrepiar.”
Razão pela qual o Papa Bento XVI escreveu que os pobres estão no primeiro lugar das atenções e das inquietações de todos. Celebram-se “dias mundiais da erradicação da pobreza”, e não faltam políticos e sociólogos, economistas e eclesiásticos e mestres de cátedra que falam do drama mais desumano que é hoje um panorama a nível mundial. Organizam-se e promovem-se até “Cimeiras do Milénio” em que chefes de Estado se comprometem e se propõem reduzir, ao menos para metade, a pobreza extrema. E formulam-se como se equacionam estatísticas, como outros tantos gritos de alarme realista e confrangente.
ü Mais de 2.800 milhões de pessoas tem menos do equivalente a um dólar por dia;
ü Mais de 1300 milhões de pessoas nem um dólar lhes cabe;
ü Só a África a Sul do Saará regista 46,3 % da pobreza mundial;
ü Mais de mil milhões de pessoas nem água potável têm;
ü Perto de um terço das crianças, com menos de cinco anos, são vítimas de subalimentação. Parece que nasceram, mas só para morrer.
No entanto, e para além de outras muitas estatísticas, está calculado que 80 mil milhões de dólares bastariam para garantir acesso a serviços sociais e, pelo menos, reduzir a pobreza em todas as facetas com que ela é sofrida, detectada e equacionada pelos grandes especialistas da sociologia, da economia e das finanças.
R. Follereau assinou, um dia, com mestria de “catedrático” em solidariedade, uma carta de denúncia e alarme à ONU, dando conta do quanto bem se poderia fazer só com cada um dos aparelhos de guerra em que se gastam milhões, mas só para fazer mal. Algumas cifras:
ü um bombardeiro daria para 75 hospitais com mil camas;
ü um novo tipo de bombardeiro daria para 50 mil tractores ou 15 mil ceifeiras.
ü com o preço de um porta-aviões alimentavam-se 400 mil homens durante um ano.
E outras armas, e outros custos que dariam para acudir e resolver outros milhares de problemas mundiais. E com outras verdades engenhosamente enunciadas equacionou o grande apóstolo dos leprosos o binómio da sua carta: “Bomba atómica ou caridade?” A vergonha é que é a carta de Follereau nunca teve resposta.
Da mesma forma e na mesma linha de pensamento, o papa Bento XVI assinou a sua primeira encíclica e tornou-a pública como uma mensagem premente e urgente a fundamentar teologicamente a sua mensagem pelos pobres. Chamou-lhe “Deus é Amor”. Mas o amor compromete. A verdade é que a verdadeira família de Cristo - o protótipo vivo e divino, como humaníssimo do amor – não era só Maria e José, mas também a multidão dos pobres, dos infelizes, e também dos que abandonavam tudo para o seguir; e de tal modo despreocupados de como sobreviver, que os Apóstolos tiveram, um dia, que chamar a atenção do Mestre: “Há três dias que não comem para Te seguir.” E respondeu-lhes Cristo: “Dai-lhes vós de comer.” E ficou pronunciada uma missão.
Concluindo: Não será essa nova linguagem e forma de equacionar tudo quanto seja uma atenção à pobreza? É que todos somos devedores de algo aos pobres.
(Fonte: http://www1.umn.edu/humanrts/resolutions/48/183GA1993.html )

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Domingo vote!



ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2009.Outubro.09


Artigo 10º(Sufrágio universal e partidos políticos)

O povo exerce o poder político através do sufrágio universal, igual, directo, secreto e periódico, do referendo e das demais formas previstas na Constituição.
Os partidos políticos concorrem para a organização e para a expressão da vontade popular, no respeito pelos princípios da independência nacional, da unidade do Estado e da democracia política. [1]

Este artigo da Constituição Portuguesa espelha bem o que hoje quero tratar: direito ao voto. Amanhã vamos eleger os nossos autarcas à Assembleia Municipal, Câmara Municipal e Assembleia de Freguesia (de onde sairá o executivo, a Junta de Freguesia). Por isso, quero sistematizar, mais uma vez, este conceito. Para tal, é premente contextualizá-lo à luz das teorias da Ciência Política.
Assim sendo, tem que se introduzir o conceito de participação política, como sendo “(...) o conjunto de actos e de atitudes que aspiram a influenciar de forma mais ou menos directa e mais ou mais legal as decisões dos detentores do poder no sistema político ou em organizações políticas particulares, bem como a própria escolha daqueles, com o propósito de manter ou modificar a estrutura (e consequentemente os valores) do sistema de interesses dominante. (...)” [2]. Com o aparecimento de formas modernas de Estado (Tratado de Vestefália, 1648) no mundo ocidental, e sobretudo com os primeiros impulsos para a democracia interna, pode-se começar a falar de participação política. Na origem da decisão de ampliar o número de participantes nas decisões políticas está o conflito interno entre os diferentes detentores de Poder. Os processos mais transparentes e fáceis de estudar e de comparar dizem respeito à expressão da problemática da participação política, sob a forma de participação eleitoral, isto é, de concessão do direito de voto. Gianfranco Pasquino realça dois dos muitos problemas importantes do panorama político mundial: a conquista do voto e as fraudes dos políticos. Não é somente em Portugal como também nos Estados Unidos e noutros países do “suposto” mundo desenvolvido que acontece isto. Neste contexto deixo uma questão no ar: será que “(...) a consciência de classe promove a participação política, e por sua vez, a participação política aumenta a consciência de classe (...)” [3] ou não?
A resposta a esta questão deve ser um desafio à tão almejada globalização. A supressão dos Estados a favor de qualquer entidade supra estatal vai levar a que se perca a unidade estatal de cada país constituinte e, consequentemente, à alienação de todos os cidadãos. Um exemplo muito claro é a altíssima abstenção que existe aqui nos Açores. Costumamos dizer que “aquilo é tudo uma corja de comilões e comem todos do mesmo prato.” Penso que, com o andar das coisas, temos que, duma vez por todas, assumir os nossos compromissos sociais e cívicos, para mais tarde não nos queixarmos que “eles sempre decidem tudo”. Se “eles” fazem isto é porque nós o consentimos.
Concluindo: não vamos destruir o que muitos lutaram para conseguir - a Democracia, e por conseguinte, a possibilidade de eleger os nossos legítimos representantes no exercício do Poder seja ele no plano internacional, nacional e, neste caso, local. Há que assumir responsabilidades.

(Fonte: MAURÍCIO, Miguel, Votar ou não votar? Eis a questão (2003.03.20) e Vamos votar (2008.10.20) in Diários dos Açores


[1] CANOTILHO, J. J. Gomes; MOREIRA, Vital, Constituição da República Portuguesa, Lei do Tribunal Constitucional, 2002, Coimbra, Coimbra Editora, 6ª edição, p. 14
[2] PASQUINO, G, Curso de Ciência Política, 2002, Cascais, Principia, Publicações Universitárias e Científicas, 1ª edição, p. 50
[3] PIZZORNO, A., “Introduzione allo Studio della Partecipazione Politica” in Quaderni di Sociologia , 15, 1966, pp. 235-287

domingo, 4 de outubro de 2009

Votar é um dever de cidadania



ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2009.Outubro.03


Nunca, como nos nossos dias, se falou tanto de liberdades, direitos e garantias. No meu modesto ponto de vista, estes conceitos pressupõem, antes de mais, um conjunto de prerrogativas essenciais à prossecução do serviço à cidadania. Não deve haver direitos sem deveres nem liberdades sem respeito pelo espaço do próximo.
O termo voto provém do latim “votu” e tem vários significados, tais como: “promessa feita deliberada e livremente à divindade, de modo público ou privado, solene ou simples, em relação a uma acção a realizar pelo promitente ou a um objecto a doar; objecto que representa essa promessa; juramento; súplica feita a Deus; expressão de um desejo; manifestação da vontade ou opinião a respeito de alguma pessoa ou coisa; parecer; decisão; sufrágio; votação; lista eleitoral; pessoa que vota”. O que interessa à ciência política é a ideia do sufrágio, do acto de eleger e ser eleito.
O voto é um acto relativamente simples. Esta afirmação não deve, porém, fazer-nos esquecer: 1) que a extensão do sufrágio foi produto de grandes lutas entre os detentores do poder político e os provocadores, no interior da classe dominante e no seu exterior; 2) que o processo de democratização eleitoral e a criação de estruturas partidárias e institucionais adequadas para sustentar o peso da participação eleitoral decorreram a ritmos e cedências diversos; 3) que nos mais diversos países o direito de voto nunca é conseguido nem assegurado de uma vez por todas, sendo frequentemente revogado, o seu exercício submetido a abusos e prepotências, a sua tradução em mandatos manipulada com fraudes e falcatruas. Obviamente, quando não existe uma tutela eficaz da participação eleitoral todas as outras formas de participação política institucionalizada, pacífica e legal se tornam um tanto difíceis e precárias. Votar é um dever de cada cidadão interessado em ser bem governado. Não votar é passar um cheque em branco. É permitir que as coisas fiquem tal qual elas estão.
O Partido Social Democrata, na freguesia de Santa Clara, na cidade de Ponta Delgada, apresenta uma equipa constituída por membros e independentes, que se identificam com o projecto político preconizado pela Drª. Berta Cabral para os Açores e demonstram vontade de contribuir para a mudança dos destinos da freguesia. Os últimos quatro anos revelaram as dificuldades que um projecto [pseudo] independente possuiu. A não identificação partidária aparente (porque na prática era o PCP-Açores), as reivindicações crispadas com o Governo Regional dos Açores e Câmara Municipal de Ponta Delgada (C.M.P.D.) originaram um custo muito alto ao nível dos apoios que não chegaram para Santa Clara. Consciente daquilo que pode fazer, a lista do PSD-Santa Clara apresenta um conjunto de propostas, exequíveis e concretizáveis que enaltecem a freguesia e os seus habitantes. Na Acção Política pretendem 1) reassumir a necessária postura dialogante com a C.M.P.D., Governo Regional dos Açores, e a Administração dos Portos. 2) estabelecer protocolos com as duas escolas de Santa Clara, Escuteiros, AMI, Caritas, Banco Alimentar, Centro Social e Paroquial de Santa Clara, Associações de Jovens e outros grupos que contribuem para a dinamização e desenvolvimento social e cultural de Santa Clara. 3) proceder à identificação e ordenamento do centro da freguesia. Na acção administrativa auguram 1) uma maior disponibilidade no atendimento aos habitantes da freguesia, 2) um levantamento organizado das características da freguesia (conhecimento por fogos dos seus habitantes, das infra-estruturas existentes e estabelecimentos comerciais), 3) simplificação dos serviços de atendimento da Junta da Freguesia, como por exemplo, através de um serviço online mais eficaz, 4) melhor aproveitamento dos equipamentos que dispõe o Centro Cultural de Santa Clara e agilizar, com os serviços camarários, 5) um maior asseio e limpeza das vias públicas. Na acção social vão promover 1) dinamização/apoio com a população idosa da freguesia; 2) maior proximidade, encaminhamento e resolução de inúmeras famílias residentes em habitações degradadas; 3) evitar que os agregados sociais desfavorecidos procurem junto de outras Juntas de Freguesia a resolução dos seus problemas; 4) criação de um programa de apoio de solidariedade para os agregados familiares mais desfavorecidos; 5) atenção, muito especial, à juventude da freguesia; 6) incentivar e apoiar a prática desportiva; 7) criação de espaços lúdicos e infantis onde não existe qualquer equipamento para ocupação dos tempos livres, dos mais novos, etc.
No próximo domingo, 11, não fique em casa. Ponha mãos à obra. Desloque-se até à sua secção de voto e exerça, em consciência, a sua cidadania. Temos que olhar sempre em frente. A nossa freguesia merece o nosso apoio. A nossa edilidade continua a merecer o nosso SIM. O futuro começa aqui: na nossa confiança, na nossa determinação. Na minha freguesia, votarei na lista presidida por Nuno Libório e na sua equipa, da qual, com muita honra, faço parte.
(FONTE: http://www.inovarsantaclara.blogspot.com/ )
Concluindo: como dizia Sá Carneiro: “A política sem risco é uma chatice mas sem ética é uma vergonha”.