quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Que FÚRIA DIVINA! (II)

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2009.DEZ.12
Hoje quero concluir a transcrição, na íntegra da minha apresentação, aquando do lançamento do romance histórico FÚRIA DIVINA:
“(…) José Rodrigues dos Santos conta-nos, em FÚRIA DIVINA, como Tomás Noronha, professor de História na Universidade Nova de Lisboa e criptanalista entra na resolução de mais uma cifra. Desta vez é convidado a decifrar um enigma interceptado num website provindo da Al-Qaeda, com a finalidade de atacar os EUA.
Entretanto, o autor também conta a história de Ahmed. “Ahmed é um jovem muçulmano a quem o mullah [profundo conhecedor do livro sagrado] Saad ensina na mesquita o carácter pacífico e indulgente do Islão. Mas nas aulas da madrassa [escola] aparece um novo professor com um islão diferente, agressivo e intolerante. O mullah e o novo professor digladiam-se por Ahmed e o jovem irá fazer uma escolha que transporta o leitor ao maior pesadelo do nosso tempo.”[1]
Na leitura deste livro, o autor faz uma espécie de viagem à volta de mundo, o leitor consegue visualizar, com perfeita nitidez, os cenários que o autor quer que interiorize. O enredo começa na nossa Ilha de S. Miguel. Os primeiros capítulos, o protagonista está entre nós, nas Sete Cidades (Cap. 1) e nas Furnas (Cap. 3). O autor apresenta a nossa terra de uma forma tão bela que tal constitui um cartaz turístico que prestigia os Açores e os açorianos.
Na nota final, o autor reforça que a história é ficcional com personagens ficcionais, porém os factos descritos são totalmente verdadeiros.
É verdade que:
Há documentos da Al-Qaeda e declarações dos seus dirigentes que revelam a intenção de fazer denotar um dispositivo nuclear;
É possível aceder a urânio altamente enriquecido ou plutónio em países com medidas de segurança de eficácia duvidosa;
Qualquer pessoa, com conhecimento em engenharia, num espaço de 24h, com 50 Kg de urânio altamente enriquecido consegue na sua garagem montar uma bomba nuclear;
Ocorreram vários roubos de material nuclear em instalações russas;
O Paquistão exportou tecnologia nuclear para outros países islâmicos e que os seus cientistas foram consultados por Bin Laden e outros dirigentes da Al-Qaeda.
Cerca de 150 versículos, cerca de 60%, do Alcorão, são dedicados à Jihad
JRS revela, ainda, que o livro foi todo revisto por um ex. operacional da Al-Qaeda, Paulo Almeida Santos.
Não podemos permitir que a guerra, a injustiça, a imposição do pensamento único, a manipulação da informação e a ignorância minem e destruam o entendimento entre os povos e as diferentes culturas, alimentando o ódio e fomentando as mais deploráveis expressões de violência entre os seres humanos. Temos, também, de não esquecer que a degradação da situação internacional na actualidade é consequência, entre outras coisas, das coordenadas históricas mais recentes e da globalização da pobreza. Como herdeiros do legado histórico muçulmano, devemos recordar que uma das etapas mais prósperas da nossa História — a História de Al-Andaluz — (que o autor aborda) está ligada à civilização Islâmica e ao frutífero intercâmbio entre comunidades étnicas e religiosas diferentes. Deste modo a nossa actual idiossincrasia, a nossa cultura, a nossa arquitectura tradicional, os nossos costumes, a nossa língua e até a nossa forma de entender a vida, estão impregnadas do rico legado muçulmano. Assim, negar o respeito à Civilização Islâmica seria negar o respeito a uma parte muito importante de nós mesmos. Temos que nos apoiar na ideia que a Europa multicultural de hoje está fundada sobre valores humanistas, fonte do seu inalienável compromisso com a liberdade. Assim, o artigo 9 da Convenção Europeia dos Direitos Humanos consagra o direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião.
Não nos podemos deixar arrastar por essa atitude à escala mundial que obriga a identificar os outros – os Muçulmanos, neste caso – com os seus próprios governantes, com a imigração descontrolada – marcada pelo seu triste selo de inadaptação e de pobreza, assim como com as expressões mais extremas e reprováveis de uns quantos, que interpretam as crenças segundo a sua própria conveniência. Não devemos fechar as portas ao entendimento com Países Islâmicos, nem tão pouco ao intercâmbio científico e económico que, de ambas as partes permitiria uma repartição social das riquezas mais justa e equitativa e um maior bem-estar para todos. Tanto para eles como para nós. Estamos, definitivamente, convencidos que é nossa responsabilidade impregnar o conhecimento, a informação rigorosa, o diálogo sincero e a palavra verídica, como as armas mais eficazes para lutar contra a exclusão e a ignorância.”
(FONTE: http://www.gradiva.pt/livro.asp?L=100322 )
Concluindo: é tão agradável poder partilhar as alegrias. E acreditem que fazer esta apresentação dum livro tão profundo e dum escritor tão sincero foi para mim uma experiência ímpar.
[1] SANTOS, José Rodrigues dos, Fúria Divina, Gradiva, Lisboa, 2009, contra-capa

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