quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Que FÚRIA DIVINA! (I)

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2009.DEZ.05

Hoje quero partilhar com os meus leitores uma grande alegria. Fui convidado pela Livraria Bertrand, na pessoa do Dr. Luís Almeida (Director Comercial em Ponta Delgada), para fazer a apresentação do livro FÚRIA DIVINA, do José Rodrigues dos Santos. Fiz a apresentação no passado dia 28 de Novembro, na presença do autor, na referida livraria. Transcrevo, na íntegra a minha apresentação:
“(…) Este sétimo romance do Professor, Escritor e Jornalista José Rodrigues dos Santos FÚRIA DIVINA é um romance polémico porque tem por base o Islão. Depois da leitura atenta, uma questão salta logo à vista: “E se a Al-Qaeda tem a bomba atómica?”
Nunca, como hoje, a necessidade de aproximação ao Mundo Islâmico tem sido tão premente. A situação de crispação internacional, devido aos interesses puramente económicos e estratégicos de alguns Estados e as manifestações de intolerância e de barbárie cometidas por uma minoria, que actua arbitrariamente em nome da sua visão do Islão, motivaram o interesse da Comunidade Internacional sobre o estudo desta questão.
Para contextualizar o tema central do livro, é premente sistematizar o que é o Islão? “O Islão é o conjunto dos povos, países e estados que professam a religião de Maomé, nas suas diferentes interpretações. O Profeta Maomé fundou o Islamismo no século VII da era cristã, na Arábia, como uma religião monoteísta que atribui extrema importância à adesão rigorosa a certas práticas de culto. Com o Alcorão como referência, o Islamismo converteu-se numa força unificadora de diversos povos, a partir do elemento árabe original. O império formado pela expansão muçulmana para Oriente e Ocidente não foi somente árabe, nem teve uma tendência religiosa única. De qualquer forma, o sentimento de coesão do mundo muçulmano não diminuiu, embora se tenha assistido à criação de diversas facções e seitas, tais como os xiitas (Irão, Iémen, Iraque, Síria, Líbano e Índia); os harixies (com pequenas comunidades no sul da Argélia, na Líbia, na Tunísia e em Omã); os nusayries ou alawies (Líbano e Síria), os bahais (de origem persa mas espalhados por todo o mundo), os ahmadiyya (Índia). Essa coesão sempre teve como princípio fundamental a prática religiosa, a qual tendeu a dominar também a vida civil e a justiça, constituindo-se, ao mesmo tempo, como a principal impulsionadora da expansão territorial, da pregação e da guerra santa. Segundo a tradição, Maomé, nascido por volta do ano 570 (no calendário cristão), teve uma visão e soube que Alá o tinha escolhido para ser seu enviado e espalhar a Sua palavra. As revelações de Alá a Maomé foram mais tarde reunidas no Alcorão. Considera-se que terá sido Maomé quem iniciou a expansão do poder e do império territorial islâmicos, continuada depois por califados sucessivos. Foi, no entanto, o Império Otomano que, durante seis séculos, deu origem ao mundo islâmico moderno. A partir do século XVII, a decadência otomana começou a manifestar-se, pelo que as regiões europeias sob o seu domínio (Grécia, Sérvia, Bulgária, etc.) foram-se tornando independentes. Após a Primeira Guerra Mundial, os nacionalismos islâmicos acentuaram-se e deu-se o aparecimento de diversos estados, como o Egipto. A abundância de petróleo em vários países árabes reforçou o papel da civilização islâmica no mundo, sobretudo a partir de meados do século XX. A descolonização da Síria, do Líbano e de diversas nações do Norte de África contribuiu, juntamente com a oposição dos países árabes, à criação do estado de Israel na Palestina, para desenvolver a solidariedade do mundo islâmico. Apesar de serem muitas as práticas, vigentes em países muçulmanos, que se afastam da fé pura do Islamismo, este continua a constituir um núcleo de deveres religiosos que abarca a vida dos muçulmanos em todos os seus aspectos, públicos e privados, sociais e individuais. (…)”[1]
(FONTE: http://www.gradiva.pt/livro.asp?L=100322 )
[1] Diciopédia 2009 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2008. ISBN: 978-972-0-65264-5

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