segunda-feira, 24 de setembro de 2007

“Uma União mais forte para um mundo Melhor” (VII)

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, PASSADO DIA 2007.09.23

Hoje vou querer fazer uma reflexão sobre a Europa e o Mundo: Projecção externa de valores. Os objectivos da União Europeia (UE) apenas serão viáveis se, em conjunto, se se conseguir projectar os valores num mundo crescentemente interligado. A Paz e a Segurança em que vivemos terão de ser garantidas pela resposta que a Europa conseguir dar a desafios globais.

v A capacidade de afirmação externa terá de ser reforçada. Enfrentar as alterações climáticas, promover o desenvolvimento económico e social, lidar eficazmente com as migrações, lutar contra a criminalidade organizada e o tráfico de pessoas, e combater o terrorismo são alguns dos reptos que requerem liderança e respostas partilhadas. A Presidência Portuguesa do Conselho Europeu da União Europeia (PPCUE) dedicará particular atenção às temáticas do Desarmamento e Não-Proliferação.

v A PPCUE deseja um novo olhar sobre o Mediterrâneo, bem como lançar um novo olhar sobre toda a região do Mediterrâneo. A sua relevância estratégica para a UE é evidente. Os instrumentos de acção externa ao dispor, designadamente os de natureza financeira, terão de ser devidamente aplicados; mas há que pensar para além deles: torna-se necessário aprofundar o diálogo político com os parceiros das margens Sul e Leste para enfrentar desafios que requerem soluções comuns. A estabilidade nas duas regiões é indissociável.

v África e a Europa têm uma história recente de oportunidades perdidas. Chegou o momento de acordarem numa Estratégia Conjunta. Ter-se-á de agir conjuntamente e serem vistos a agir em concerto. A ênfase que se coloca na realização em Lisboa da Cimeira entre a UE e África resulta desta percepção.

v Relações transatlânticas: há que reforçar as relações transatlânticas é uma tarefa prioritária. A PPCUE contribuirá para o aprofundamento da integração económica transatlântica.

v América Latina/ MERCOSUL: Portugal tem promovido, activamente, uma intensificação dos laços entre a Europa e a América Latina e Caraíbas. Este é um espaço de valores e interesses largamente partilhados. As negociações para um acordo de associação entre a UE e o MERCOSUL devem ser dinamizadas. Está também no horizonte da PPCUE o lançamento de negociações com fim idêntico com a América Central e a Comunidade Andina.

v Brasil: A PPCUE irá desenvolver um diálogo político específico com o Brasil. Organizou-se já a primeira Cimeira UE-Brasil. Foi o ponto de partida no estabelecimento de um diálogo estratégico à altura do peso internacional de ambos.

v Parceiros estratégicos e Ucrânia: O aprofundamento das relações entre a UE e outros parceiros estratégicos será continuado. Cimeiras com a China, a Índia e a

v Ucrânia integram o núcleo político da agenda externa comum da PPCUE. Agir-se-á em estreita colaboração com os parceiros europeus para se criarem as condições que permitam que o relacionamento UE-Rússia possa progredir.

v Médio Oriente: A PPCUE continuará o trabalho que a UE tem desenvolvido, com todos os parceiros internacionais relevantes, no acompanhamento da situação de crise prolongada no Médio Oriente. O papel do Quarteto no Processo de Paz no Médio Oriente é crucial. A UE manterá a sua contribuição construtiva para a gestão das situações que envolvem o Afeganistão, Irão e o Iraque.

v Comércio/ACP: A PPCUE manterá o empenhamento europeu num sistema de comércio internacional multilateral. Prosseguirá o objectivo de integração dos países ACP na economia mundial.

v Impulsionar a cooperação estratégica: A UE tem objectivos ambiciosos para o desenvolvimento sustentável. Não pode alcançá-los sem um movimento internacional de convergência na mesma direcção.

(Fonte: http://www.ue2007.pt/UE/vPT )

Concluir: Robustecer a cooperação internacional, através da renovação do diálogo com os parceiros estratégicos e de um multilateralismo efectivo, será essencial para a solução dos desafios globais.

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