segunda-feira, 4 de junho de 2007

Sacerdotes: paladinos da Fraternidade Universal

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2007.06.03


SACERDOTES

"Jesus que morreu na cruz, pelos próprios irmãos.

Eis o sacerdote:

É Jesus Abandonado vivo".

Chiara Lubich

Desde os primórdios do Movimento dos Focolares (MdF), sacerdotes diocesanos – e, com o passar dos anos, também os diáconos e seminaristas – participaram da vida do MdF, atraídos pela espiritualidade da Unidade, na qual sentem uma profunda sintonia com a sua própria vocação, tendo desabrochado da oração sacerdotal quando Jesus diz: "que sejam um para que o mundo creia" (Jo 17).

Vivendo este espírito, os sacerdotes descobrem novamente a importância de ser, antes de mais, cristãos autênticos. “Convosco sou cristão, para vós, para servir-vos, sacerdote" (Cf. S. Agostinho). Assim, tomam uma maior consciência do significado das palavras de Jesus: “Disto reconhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”, testemunho que deve preceder a cada actividade ministerial. Milhares de sacerdotes diocesanos, espalhados nos vários continentes, respondem actualmente ao convite de Bento XVI para viver “o princípio petrino da Igreja à luz do princípio mariano, que é ainda mais originário e fundamental”. Com fundamento na Unidade, vêem, no ministério sacerdotal, um serviço que deve ser realizado à imagem de Jesus crucificado e abandonado.

A participação, na vida do MdF, não desvia os sacerdotes e diáconos da vida das suas dioceses. Muito pelo contrário, estimula a favorecer o espírito de Unidade entre todos e especialmente no presbitério diocesano, de modo a que se realize, cada vez mais, a Igreja-comunhão, fraternalmente reunida ao redor do bispo e aberta a um diálogo universal.

Como é a vida de comunhão entre os sacerdotes? Animados por esta espiritualidade, essencialmente comunitária, os sacerdotes, que a ela aderem, – quando a situação permite e os bispos consentem – vivem juntos, testemunhando o Ressuscitado, prometido a “dois ou três reunidos no Seu nome”, com evidentes frutos espirituais e apostólicos. “Quando estamos unidos pelo amor recíproco, torna-se espontâneo colocar em comum os bens materiais e os dons espirituais; dar testemunho da Unidade e da caridade pastoral; viver, na alegria, os concílios evangélicos da castidade, pobreza e obediência; cuidar de si mesmo e dos co-irmãos; fazer dos espaços da casa e da paróquia locais de harmonia e comunhão com todos; dedicar-se, com empenho, à própria formação permanente para serem homens do diálogo; viver como membros de um só corpo, através de uma intensa comunicação com os co-irmãos e com todo o povo de Deus”.

A espiritualidade da unidade também tem uma influência importante na actividade pastoral, porque se desenvolve em interacção com os outros e, “amando a paróquia dos outros como a sua própria”, assim como outras realidades da Igreja. Esta vida irradiou-se no âmbito das paróquias, exprimindo-se no “Movimento Paroquial” (MP).

Como se tem feito a difusão do MP? Entre os jovens surgem novas vocações. Actualmente 20 mil sacerdotes e diáconos acolhem e vivem, de várias formas esta espiritualidade, presentes em 120 países e em cinco continentes. Encontros entre sacerdotes mais próximos e congressos de maiores dimensões ocasionam a partilha de ideais e experiências. Nestas fazem formação em matérias referentes à espiritualidade da Unidade:

v Para um exercício na vida de comunhão surgiu um Centro internacional de espiritualidade para os sacerdotes, seminaristas e diáconos permanentes, com sede em Loppiano, próximo à Florença, na Mariápolis permanente do MdF. Acolhe, por um período de um ano, aqueles que, com a aprovação do próprio bispo, desejam fazer esta experiência.

v Trata-se de uma verdadeira escola de vida, que alterna horas de trabalho com momentos dedicados ao aprofundamento dos princípios básicos da espiritualidade da Unidade e da sua concretização seja ao nível pessoal como ao nível social e eclesial.

v Encontrando-se com os outros habitantes de Loppiano, na sua maioria leigos, os participantes desta escola experimentam a beleza de uma porção viva do Povo de Deus, e o sacerdócio ministerial passa a ser vivido como serviço à comunhão. “Se existir a unidade também com os leigos do MdF – estes foram os votos de Chiara na inauguração deste Centro – surgirá o que eu chamei de ‘cidade-igreja ou ‘sociedade-igreja’, que mostrará ao mundo como seria se fosse inteiramente renovado pela luz de Jesus, do seu Evangelho”.

(Fonte: http://www.focolare.org )

Concluindo: Amar a cruz é aceitar a maior dor e oferecer o que temos de melhor. Assim vivemos a verdadeira Fraternidade Universal.

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