terça-feira, 19 de junho de 2007

Focolares são fonte de inspiração para a nova evangelização

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2007.06.17

«Da comunhão entre os Bispos e os Movimentos pode surgir um válido impulso para um novo compromisso da Igreja no anúncio e no testemunho do Evangelho da esperança e da caridade, em todos os cantos do mundo»

Bento XVI

Nas origens do Movimento dos Focolares (MdF), o então Bispo de Trento, Dom Carlo de Ferrari, reconheceu na experiência do Evangelho vivido que se desencadeou ao redor de Chiara Lubich, fundadora e Presidente do MdF, e das suas primeiras companheiras a intervenção de Deus: “Digitus Dei est hicaqui está o dedo de Deus”. Com o passar dos anos, muitos Bispos foram atraídos pelos frutos que a espiritualidade do MdF suscita e um número significativo quis assumir como própria a espiritualidade da unidade.

Em Fevereiro de 1977 realizou-se o primeiro encontro de Bispos católicos amigos do MdF. Foi promovido pelo teólogo Klaus Hemmerle, que acabara de ser nomeado Bispo de Aachen (Alemanha), e havia conhecido o MdF quando ainda era sacerdote. Estiveram presentes 15 participantes, de dez países. Chiara Lubich, com todo o MdF, sustentou desde o início esta comunhão entre os Bispos com a sua palavra e o seu testemunho.

Recebendo os bispos durante uma audiência geral, o Papa Paulo VI recordou as palavras do Evangelho de Mateus: “Onde dois ou três estão reunidos em Meu nome Eu estou no meio deles” (18,20), e, ao apresentá-los aos fiéis presentes na audiência, afirmou: “Gostaria que na alma de cada um de vocês a imagem desse momento permanecesse esculpida, justamente pelo sentido carismático da presença de Cristo na sua Igreja”. Um ano depois disse: “Como líder do Colégio Apostólico eu encorajo-vos, estimulo-vos, exorto-vos a continuar com essa iniciativa”.

Estes encontros têm como base a espiritualidade do MdF e são de facto, para os Bispos, uma oportunidade de comunhão fraterna, que reforça o espírito da “colegialidade efectiva e afectiva”, sublinhada pelo Concílio Vaticano II. O aprofundamento de perspectivas espirituais e teológicas, junto à partilha de experiências, encoraja-os a viver e irradiar, dentro das suas respectivas conferências episcopais e nas suas dioceses, aquela espiritualidade de comunhão que João Paulo II evidenciou como caminho indispensável para “fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão” (Novo Millennio Ineunte 43; cf. Pastores Gregis 22).

Conhecer a espiritualidade e o testemunho do MdF torna-se fonte de inspiração para a nova evangelização e para um diálogo aberto a todos, que tem as suas raízes no mistério de Jesus crucificado e abandonado. Realidade confirmada por Bento XVI no seu discurso em Fevereiro último que indica Jesus crucificado e abandonado como "coração da espiritualidade" do MdF e sublinha o seu carisma como "serviço da unidade que se realiza nos vários âmbitos sociais e culturais e através das vias do ecumenismo e do dialogo inter religioso".

(Fonte: http://www.focolare.org )

Concluindo: Em cada ano, mais de cem Bispos católicos participam nos congressos espirituais no Centro Mariápolis de Castelgandolfo. Encontros análogos são realizados em nível regional. Actualmente estas reuniões são coordenadas pelo arcebispo de Praga, cardeal Miloslav Vlk, que dá continuidade à iniciativa de Dom Klaus Hemmerle, falecido em 1994.

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