domingo, 6 de maio de 2007

Os jovens também podem ser Santos

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2007.05.06

Hoje, no início deste mês de Maio, regozijo-me em partilhar dois casos paradigmáticos de como se pode santo, ainda jovem: o primeiro é o exemplo de vida de Chiara Luce Badano; e, por último, o projecto de santidade colectiva de Carlo e Alberto.

Chiara Luce Badano, nas suas memórias escreveu: "Redescobri o Evangelho sob uma nova luz. Entendi que eu não era uma cristã autêntica, porque não o vivia até às últimas consequências. Agora quero fazer deste magnífico livro o único objectivo da minha vida. Não quero e não posso permanecer analfabeta em relação a uma mensagem tão extraordinária. Assim, como para mim é fácil aprender o alfabeto, também deve ser fácil viver o Evangelho".

O testemunho de Chiara Luce Badano é significativo principalmente para os jovens. Basta considerar como ela viveu a doença e ver a repercussão que a sua morte teve. Não era possível deixar um exemplo como este cair no vazio. A santidade é necessária também hoje. É preciso ajudar a encontrar uma orientação, um objectivo para a vida, ajudar os jovens a superarem as suas inseguranças, sua solidão, seus enigmas diante dos insucessos, das dores, da morte. Os discursos teóricos não conquistam mais os jovens, é necessário o testemunho. Nas conversas notava-se uma maturidade muito superior à dos jovens da sua idade. Ela tinha compreendido o essencial do cristianismo: Deus em primeiro lugar; Jesus, com quem tinha um relacionamento espontâneo, fraterno; Maria como exemplo; o amor como núcleo do cristianismo; a responsabilidade de anunciar o Evangelho. Tudo isto, provado pela experiência do sofrimento e da morte, não temida mas esperada, fez com que sua aventura se tornasse realmente singular. A seu propósito Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, escreveu: "Chiara Luce! Quanta luz se lê no seu rosto, quanta luz nas suas palavras, nas suas cartas, na sua vida totalmente projectada em amar concretamente!... A sua foi uma escolha radical de Jesus crucificado e abandonado; escolha daquilo que faz mal, e que, se não se ama, pode arrastar o espírito para um túnel escuro. Viveu com Ele, com Ele transformou a sua paixão em uma canto de núpcias".

O segundo exemplo de santidade que quero partilhar é o projecto de santidade colectiva de Carlo e Alberto. Sobre este caso raro de santidade, “O mergulho em Deus: os 40 dias de Carlo e Alberto”, no livro de Michele Zanchucchi, Director da revista Città Nuova de Itália, desenvolve uma narração da história de Carlo e Alberto, que cultivaram uma amizade esplêndida, aberta e alimentada por um objectivo em comum: levar a todos o dom do ideal evangélico que os havia fascinado. A vida desses dois jovens foi truncada prematuramente. Alberto, estudante de engenharia, inteligente, amante de desporto, apaixonado pelas montanhas, durante uma escalada, cai; Carlo, estudante de agronomia, enquanto está a prestar o serviço militar, é-lhe diagnosticado um cancro, dos mais malignos. A vida dos dois jovens tinha alcançado a plenitude pensada por Deus ao criá-los, até o ponto de irradiar uma beleza exemplar. O desejo deles era colocar Deus no centro da própria vida. O ter muito em comum e a amizade deles tinha, portanto, raízes profundas. Poder enfrentar juntos problemas e dificuldades do dia-a-dia, ajudava-os a viver os momentos difíceis e a superar a tentação de parar e de desistir. Muitas vezes recomeçaram, muitas vezes experimentaram que a vida neles e ao redor deles renascia. Também hoje, à distância de anos, o sue exemplo elucida. “Alberto e Carlo – dizem aqueles que os conheceram – são como duas contas bancárias sempre abertas e que continuam a render!”.

(Fonte: http://www.focolare.org)

Concluindo: ser Santo não é uma utopia. O exemplo de vida destes três jovens, que têm os processos de beatificação a decorrer no Vaticano, é bem elucidativo que é possível perpetuar as boas acções para que também outros os possam seguir.

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