terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

República Checa: a presidir à União Europeia neste primeiro semestre de 2009

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2009.FEV.22

Neste “Domingo Gordo” poderia falar sobre várias temáticas que assolam a sociedade portuguesa e até internacional. Mas acho, por imperativos de índole moral e ética, que não me devo pronunciar sobre temas tão sérios numa altura de Carnaval. Assim sendo, debruçar-me-ei sobre a Presidência do Conselho Europeu da União Europeia que durante este primeiro semestre de 2009 está entregue à República Checa, tema este que merece toda a minha atenção, no quadro da governação europeia.
Onde fica a República Checa? “É um país da Europa Central. Faz fronteira com a Polónia, a norte e a leste, a Eslováquia, a sudeste, a Áustria, a sul, e a Alemanha, a sudoeste, oeste e norte. Abrange uma área de 78 866 km2. A República Checa compreende as históricas terras da Boémia e da Morávia, geralmente designadas por terras checas. O relevo é dominado pelo maciço da Boémia. O rio mais importante do país é o Morava. O relevo e o clima proporcionam uma cobertura florestal constituída por pinheiros e abetos que cobrem cerca de 33% do território. Grandes áreas de floresta têm sido abertas para cultivo.
Como é a sua Economia? A economia checa está em transição desde o início dos anos noventa. Entre 1948 e 1989 o sistema comunista dominou os meios de produção. O Produto Interno Bruto (PIB) provém das minas, das manufacturas, do comércio e da construção. Depois do colapso do comunismo na Europa de Leste, o governo inaugurou um programa de privatizações. A partir de 1993, com a ajuda de uma moeda própria, transformou-se numa economia de mercado. A República Checa tem uma importante indústria vidreira. O turismo e as esculturas de madeira constituem atractivos da República Checa. As actividades turísticas incluem desportos de Verão e de Inverno, pesca, caça e viagens turísticas às montanhas. Os principais parceiros comerciais da república Checa são a Alemanha, a Eslováquia, a Áustria e a Rússia. Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas, 1999), é de 10,6.
E a população? A população era, em 2006, de 10 235 455 habitantes. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respectivamente, de 4,8%o e 10,59%o. A esperança média de vida é de 76,22 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,861 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,857 (2001). Estima-se que, em 2025, a população diminua para cerca de 9 600 000 habitantes. A região ocidental do país tem sido habitada tradicionalmente por povos eslavos da Europa Central. Os checos são maioritários (81%), mas os morávios (13%) consideram-se um grupo à parte. As principais religiões são o catolicismo (39%) e o protestantismo (4%). A língua oficial, o checo, faz parte do grupo das línguas eslavas.
Na sua História, os primeiros povos a habitarem a região foram os Celtas. Entre os séculos V e VII os eslavos tomaram conta da região e os Checos no século IX tornaram-se os senhores da Boémia Central. A Morávia foi colonizada por sucessivas vagas de Celtas e tribos germânicas. Os eslavos, que viviam na zona do rio Morava, foram chamados morávios. Depois de longas disputas, a Morávia foi incorporada na Boémia e governada pelos seus reis. A Boémia foi reduzida a um estatuto de província em 1867 quando passou a fazer parte do Império Austro-Húngaro. O nacionalismo cresceu na Boémia e os partidos políticos começaram a desenvolver-se. Com o fim do Império Austro-Húngaro e o fim da Primeira Guerra Mundial, nasceu a independente República da Checoslováquia, em 1918. Boémia, Morávia e Eslováquia estiveram unidas na nação da Checoslováquia de 1919 a 1992.
O país está dividido em oito regiões que por sua vez se subdividem em municípios. Nos anos noventa começou a tornar-se evidente o separatismo entre checos e eslovacos dentro da Checoslováquia. Nas eleições de 1992, os eslovacos do Movimento para a Democracia da Eslováquia, liderados por Vladimir Meciar, ganharam a maioria dos lugares no parlamento. O presidente Vaclav Havel demitiu-se, depois de ter apresentado uma proposta para a criação de um governo federal, que foi rejeitada. Ficou então acordado que se separariam em dois estados, a República Checa e a da Eslováquia. A união com a Eslováquia foi pacificamente dissolvida e tornou-se República Checa a 1 de Janeiro de 1993 com Václav Klaus do Partido Democrata Cívico no lugar de primeiro-ministro. Havel tornou-se Presidente da República. Em Junho de 1993 o país foi admitido nas Nações Unidas e fez o pedido de adesão para ser estado-membro da União Europeia. Uma nova moeda foi introduzida. Em Janeiro de 1994 a República Checa passou a fazer parte da "parceria para a paz" um programa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), que é um prelúdio à entrada formal para esta aliança, que veio a ocorrer formalmente em Março de 1999. A adesão à União Europeia foi aceite, e no dia 1 de Maio de 2004, a República Checa aderiu formalmente à União Europeia numa cerimónia realizada em Dublin.”
(Fonte: República Checa. In Diciopédia 2009 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2008. ISBN: 978-972-0-65264-5)
Concluindo: sejamos participantes desta Europa. Construamos uma cidadania activa. Reflictamos sobre ser-se cidadão nesta “urbe desordenada e em crise”.

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