
“A novidade de Deus na História. O Evangelho da esperança, que ressoa no Apocalipse, abre o coração para a contemplação da novidade realizada por Deus: «Vi, depois, um novo céu e uma nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra haviam desaparecido, e o mar já não existia» (Ap 21, 1). Deus em pessoa afirma, com uma palavra que dá a explicação da visão agora descrita: «Eu renovo todas as coisas» (Ap 21, 5). A novidade de Deus – plenamente compreensível no horizonte das coisas velhas, feitas de lágrimas, luto, pranto, aflições, morte (cf. Ap 21, 4) – consiste em sair do pecado e das suas consequências em que se encontra a humanidade; é o novo céu e a nova terra, a nova Jerusalém, em contraposição a um céu e uma terra velhos, a uma ordem antiquada de coisas e uma vetusta Jerusalém, conturbada pelas suas rivalidades. Não é indiferente, para a construção da cidade do homem, a imagem da nova Jerusalém, que desce «do céu, de junto de Deus, bela como uma esposa que se ataviou para o seu esposo» (Ap 21, 2), aludindo directamente ao mistério da Igreja. É uma imagem que fala duma realidade escatológica: esta situa-se para além de tudo o que o homem possa fazer; é um dom de Deus que se realizará nos últimos tempos. Mas não é uma utopia: é realidade já presente. Indica-o o verbo no presente usado por Deus – «Eu renovo todas as coisas» (Ap 21, 5) – com a especificação que vem depois: «Está feito!» (Ap 21, 6). Efectivamente Deus já está agindo para renovar o mundo; a Páscoa de
Desde o último domingo, cabe a Portugal exercer a Presidência do Conselho da União Europeia (U.E.). Assim torna-se oportuno reflectir sobre o sentido e futuro deste projecto, que atravessa uma fase de indefinição e de algum desalento.
Há que reconhecer o balanço positivo destes cinquenta anos. Nenhuma outra geração havia conhecido na Europa, como conhece a actual geração, um tão longo período de paz e prosperidade (nem sempre damos o valor devido àquilo a que já nos habituamos). O projecto da unidade europeia, inicialmente confinado a seis Estados, foi atraindo a si, progressivamente, quase todos os países do Continente Europeu, derrubando barreiras outrora intransponíveis. A Europa é vista, noutras áreas do mundo, muitas vezes, como modelo de respeito pela democracia e pelos direitos humanos, de conciliação entre a competitividade económica e a justiça social.
Para ser uma válida garante do Estado de Direito e uma promotora eficaz dos valores universais, a U.E. não pode deixar de reconhecer claramente a existência segura de uma natureza humana estável e permanente, manancial de direitos comuns de todos os indivíduos. Por detrás destas sombras, estão as dúvidas a respeito dos valores que caracterizam, historicamente, a cultura europeia e que não podem ser desligados do contributo decisivo do cristianismo.
(FONTE: Pedro Vaz Patto, in revista Cidade Nova, 5/2007, p. 3; http://www.vatican.va )
Concluindo: Tais valores, que constituem a alma do continente, devem permanecer na Europa do terceiro milénio como “fermento” de civilização. Efectivamente, sem eles como poderia o “velho” continente continuar a desempenhar a função de “fermento” para o mundo inteiro?
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