quinta-feira, 20 de novembro de 2008

De Bruxelas a Washington

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2008.11.16

Estive, na qualidade de mestrando em Relações Internacionais da Universidade dos Açores, a convite do Deputado ao Parlamento Europeu (PE), do Partido Socialista, Dr. Paulo Casaca, em Bruxelas, no PE. Agradeço-lhe, mais uma vez, também por este meio, o convite e o briefing que tivemos na tarde de 4 de Novembro.
Foi sintomático estar em Bruxelas, capital política deste União Europeia, no dia em que os Americanos elegiam o seu Presidente. Depois de chegar do PE e, já na madrugada do dia 5 de Novembro, no Hotel Ibis de Ste. Catherine, quis saber quem iria ser o 44º Presidente dos Estados Unidos da América. Quando José Rodrigues dos Santos, na RTP Internacional, deu a notícia da vitória de Barack Obama o meu espírito repousou!
Quem é Barack Obama? “(…) O New York Times começa o artigo que traça o seu perfil da seguinte forma: «Barack Obama poderá ser o primeiro a admitir que o entusiasmo gerado pela sua candidatura pouco tem que ver com aquilo que ele já fez e muito mais com a fé no que ele poderá fazer». O seu mote de campanha proclama a mudança («Change, we can believe in») e ele assume-se como a cara fresca, jovem e renovadora para os Estados Unidos. De pai queniano (…) e mãe americana, Obama nasceu no Havai. Foi lá que passou grande parte da sua infância mas também viveu alguns anos na Indonésia com a mãe. Foi já em Nova Iorque que começou o curso de Direito na Universidade de Columbia. Mas a vida académica e profissional entraria em hibernação depois de 1985, ainda antes de terminar a licenciatura, altura em que Barack Obama decide dedicar-se à intervenção social em Chicago, onde se tornou um líder de comunidade num grupo ligado à Igreja, com o objectivo de melhorar as condições de vida nos bairros mais desfavorecidos.
O curso seria terminado já nos anos 90 em Harvard e, pouco depois, Obama regressaria a Chicago para praticar e ensinar advocacia na área do Direito Civil. Foi este tempo em que se distinguiu enquanto advogado que lhe permitiu conseguir um lugar no Senado do Illinois, onde serviu durante oito anos, e, em 2004, no Senado americano. 2004, o mesmo ano em que o seu estatuto de estrela em ascensão dentro do Partido Democrata se consolidou, com um discurso onde deu esperança a um partido com um futuro dividido à vista.
Obama trabalhou mais afincadamente nas áreas das políticas fiscais, da educação e, por exemplo, na luta contra as condenações de inocentes à pena de morte. A ameaça terrorista também não ficou à margem das suas preocupações quando, por exemplo, viajou até à Rússia com a meta de começar esforços para garantir que armas de destruição massiva não caiam em mãos perigosas.
Até à eleição do pretérito dia 4, Obama vivia em Chicago com a sua mulher Michelle e com as suas duas filhas, Malia (10 anos) e Sasha (7 anos). Barack Obama deixou pelo caminho, na corrida democrata à Casa Branca, a ex-primeira dama e aquela que poderia vir a ser a primeira mulher no cargo de presidente, Hillary Clinton, entre outros. (…)”
Quais são, então, as propostas do “Mr. President” para o seu mandato?

Ø Sistema de Saúde
o Reduzir os custos na saúde através da modernização do sistema de saúde
Ø Economia
o Intensificar relações exteriores de modo a fortalecer e economia americana e a criar mais postos de trabalho
o Promover a criação de sindicatos
o Criar um sistema que permita dar a conhecer a todos os consumidores os riscos que correm ao adquirir cartões de crédito
o Duplicar fundos para ajudar as famílias no que diz respeito a despesas com crianças e para incentivar a horários de trabalho mais flexíveis

Ø Idosos
o Proteger a segurança social
o Aumentar as reformas
o Eliminar impostos para idosos que recebam menos de 50.000dólares/ano
o Prevenir a descriminação
o Criar planos de saúde em conta
Ø Educação
o Educação para todos
o Diminuir custos da educação
o Diminuir taxas de desistência escolar
Ø Energia
o Reduzir emissões de carbono
o Investir num futuro de energia limpa
o Apostar em energias renováveis
o Desenvolver tecnologias de limpeza de carvão
o Investir em biocombustíveis
o Melhorar a eficiência energética
Ø Finanças
o Tornar o sistema de impostos mais justo e mais eficiente
o Agricultura
o Assegurar oportunidades económicas para familias de agricultores
o Apoiar o crescimento económico rural
o Melhorar a qualidade de vida do meio rural
Ø Mulheres
o Igualdade de salários
o Subsídios de doença
o Acabar com a violência contra as mulheres
Ø Imigração
o Criar fronteiras seguras
o Melhorar o sistema de imigração
o Remover incentivos à entrada ilegal no país
o Dar oportunidades aos imigrantes ilegais qe já vivam no país
Ø Pobreza
o Facilitar o acesso a empregos
o Criar emprego pago para todos
o Acabar com a pobreza concentrada
Ø Direitos humanos
o Combater a discriminação laboral
o Intensificar a legislação e combate ao crime
o Acabar com fraudes em eleições
o Reintegrar ex-reclusos na sociedade
Ø Política Internacional
o Trazer as tropas para casa
o Pressionar os líderes iraquianos a aceitar a reconciliação
o Alcançar a diplomacia regional
o Apostar em iniciativas humanitárias

(FONTE: http://noticias.sapo.pt/ )
Concluindo: Viva ao espírito de luta que o povo americano teve, ao mostrar o cartão vermelho ao governo republicano, altamente conservador e desajustado das realidades dos EUA e do resto do mundo! Como é que um homem como G. W. Bush conseguiu ficar na Casa Branca durante dois mandatos seguidos? Havia necessidade de chegar a este ponto? Talvez se assim não tivesse sido não se teria gerado esta mobilização global em torno de um "sonho", “The American Dream”.

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