quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Roménia

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2007.01.07

Na passada segunda-feira, 1 de Janeiro de 2007, entraram para o clube económico da Europa rica dois Estados da Europa de Leste: Roménia e Bulgária.
Hoje debruçar-me-ei numa análise à Roménia. País situado a leste da Europa, faz fronteira a norte e nordeste com a Moldávia e a Ucrânia, a noroeste com a Hungria, a sudoeste com a Jugoslávia e a sul com a Bulgária. A sueste abre-se para o Mar Negro. Tem uma área de 238 391 km2. Grande parte do país é abrangida pelas montanhas dos Cárpatos. Os Alpes Transilvânicos, com altitudes da ordem dos 2 500 metros, localizam-se na parte central do território, segundo uma direcção oeste-este. Limitam, a norte, a secção terminal do rio Danúbio que drena uma extensa planície antes de desaguar no Mar Negro. O clima é temperado continental, com invernos em que as temperaturas médias são negativas e verões onde, durante dois ou três meses, as temperaturas são superiores a 20º C. A precipitação não é muito elevada, distribuindo-se ao longo de todo o ano, mas registando maiores quantitativos nos chamados meses de Verão.
A Roménia esteve sob o domínio comunista entre 1948 e 1989. Nesse período, a economia era de planeamento central. A agricultura foi transformada em indústria pesada e serviços. Desde 1991, no após-comunismo, o governo começou a caminhar no sentido de um retorno do sector privado. O Produto Interno Bruto (PIB) da Roménia é dos mais baixos da Europa de Leste, embora mais de 40% do solo sejam cultivados. Depois da revolução, a transição para um novo sistema político e económico conduziu, em muitos casos, ao agravamento da pobreza, Bucareste povoou-se de crianças romenas tornadas, de repente, pedintes.
A antiga Roma subjugou este território, a então província da Dácia, constituída por povos que habitavam as montanhas dos Cárpatos e a Transilvânia às suas leis e linguagem própria (o romeno provém do latim). As constantes invasões, entre os séculos VI e XII por hunos, búlgaros, eslavos e outros invasores levaram ao abandono da Dácia pelos romanos. No século XI a Transilvânia foi absorvida pelo Império Húngaro. O primeiro Estado romeno foi estabelecido na Valáquia, no sul dos Cárpatos, no século XIV. O segundo Estado romeno foi a Moldávia que foi fundada em 1349, a este dos Cárpatos no vale do Rio Prut, ambos tornaram-se parte do Império Otomano nos séculos XV e XVI.
Ao domínio turco sucedeu-se o domínio russo, entre 1829/56. Os romenos da Transilvânia continuaram a viver sob o controlo húngaro. O nacionalismo começou a nascer na Roménia no século XIX, surgiram insurreições na Valáquia, Moldávia e na Transilvânia que foram suprimidas pelos otomanos e pelos russos. Depois da Guerra da Crimeia (1853-56), Valáquia e Moldávia tornaram-se novamente principados independentes, elegendo um único príncipe e criando de facto o Estado romeno. O Estado uniu-se administrativamente em 1861, mas foi reconhecido internacionalmente pelo Tratado de Berlim, em 1878, a seguir à guerra russo-turca.
A Roménia participou na Primeira Guerra Mundial com os Aliados, mas as forças do poder central cedo ocuparam Bucareste e a maior parte do país. O território romeno duplicou com a anexação da Transilvânia, Bukovina e Bessarábia. A incorporação destes territórios não foi pacífica por vários factores como a convivência, as novas minorias, a depressão económica dos anos trinta, o crescimento de uma política extremista e do surgimento de movimentos fascistas à semelhança do que acontecia na Alemanha e na Itália. A Roménia fez uma aliança com o governo nazi alemão em 1941. 500 000 soldados alemães juntaram-se ao exército romeno com o fim de, em conjunto, invadirem a União Soviética. Em 1944 as tropas soviéticas assaltaram a Roménia. Sobre esta ocupação os líderes da direita e o rei abdicaram do poder. Os comunistas romenos adquiriram o controle total do país em 1948, proclamaram uma constituição baseada na russa e este país passou a chamar-se República Popular da Roménia.
(Fonte: http://www.gov.ro/; Apontamentos Pessoais)
Concluindo: A Roménia pertencerá, de pleno direito, nas instâncias comunitárias. Bem-vindos, romenos e romenas!

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