quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Dia Europeu das Línguas

ESTE ARTIGO DE OPINIÃO SAIU NO JORNAL QUOTIDIANO DE PONTA DELGADA, DIÁRIO DOS AÇORES, NO PASSADO DIA 2009.SETEMBRO.20

“A diversidade linguística é um desafio para a Europa, mas, na nossa opinião, é um desafio compensador”

(Amin Maalouf, Grupo de Intelectuais para o Diálogo Intercultural)


Depois de uns dias de férias, hoje volto ao vosso convívio. Esta semana vou tratar o Dia Europeu das Línguas.
Todos os anos, o dia 26 de Setembro passou a ser uma forma de juntar as pessoas, por toda a Europa, na celebração da diversidade linguística, riqueza inestimável da Humanidade. O Dia Europeu das Línguas foi criado durante o Ano Internacional das Línguas, em 2001.
A coexistência harmoniosa de muitas línguas na Europa é um símbolo claro da aspiração da União Europeia (UE) de alcançar a união na diversidade, uma das pedras angulares do projecto europeu. As línguas definem a identidade de cada pessoa, mas fazem parte igualmente de uma herança comum. Podem servir de ponte para chegar a outras pessoas e permitir o acesso a outros países e culturas, promovendo a compreensão mútua. Uma política de multilinguismo bem sucedida pode traduzir-se em novas oportunidades para os cidadãos: pode aumentar a sua empregabilidade, facilitar o acesso aos serviços e o exercício dos seus direitos, e contribuir para a solidariedade através da promoção do diálogo intercultural e da coesão social. Nesta perspectiva, a diversidade linguística pode representar uma mais-valia preciosa, sobretudo tendo em conta o mundo globalizado em que vivemos hoje.
A agenda social renovada da Comissão Europeia (CE), adoptada em 2 de Julho de 2008, adopta uma nova abordagem para gerir a mudança que caracteriza o mundo globalizado, centrando-se nos princípios-chave da criação de oportunidades, do acesso e da solidariedade. Numa UE multilingue, tal significa que: 1) todos devem ter a oportunidade de aceder a meios de comunicação apropriados, que lhes permitam realizar o seu potencial e explorar plenamente as oportunidades oferecidas por uma UE moderna e inovadora; 2) todos devem ter acesso a uma aprendizagem adequada das línguas estrangeiras ou a outros meios que promovam a comunicação, para que seja possível viver, trabalhar e comunicar na UE sem obstáculos indevidos de natureza linguística; 3) num espírito de solidariedade, mesmo aqueles que não podem aprender outras línguas devem dispor de meios de comunicação apropriados, que lhes permitam aceder ao contexto multilingue.
Os Estados-Membros são os principais decisores da política linguística, incluindo no domínio das línguas regionais e minoritárias, que tem o seu enquadramento geral na Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias do Conselho da Europa. No que respeita às línguas, muitas outras entidades tomam decisões no terreno: os agentes educativos, as autoridades regionais e locais, os parceiros sociais, os meios de comunicação social e os serviços. A CE coopera com os Estados-Membros e as partes interessadas, no respeito pelo princípio da subsidiariedade, para assegurar que os objectivos são partilhados por todos, e continuará a apoiar os seus esforços, nomeadamente facilitando o intercâmbio de boas práticas. Neste contexto, a CE tem trabalhado com os Estados-Membros, desde 2002, no sentido de realizar o objectivo de Barcelona de dar aos cidadãos a possibilidade de comunicarem em duas línguas além da sua língua materna, em particular desenvolvendo um indicador para a competência linguística, definindo uma acção estratégica e formulando recomendações, e integrando as competências em línguas estrangeiras nas competências essenciais da aprendizagem ao longo da vida. Partindo dos progressos alcançados nos anos precedentes, a UE pretende conseguir uma viragem qualitativa, propondo uma política que procura ser amplamente partilhada e abrangente, e extravasar o domínio da educação, de forma a situar a aprendizagem das línguas no contexto mais vasto da agenda europeia para a coesão social e prosperidade, os dois objectivos essenciais da Estratégia de Lisboa.
(FONTE: http://cvc.institutocamoes.pt ; http://ec.europa.eu )
Concluindo: no próximo domingo, 27, somos chamados a eleger os nossos representantes à Assembleia da República Portuguesa. Dessa eleição sairá o próximo governo da República. O meu apelo vai, uma vez mais, para que vote. Não deixe que os outros decidam por si. Há quem diga “quem não vota, não conta”. Eu prefiro apelar pela responsabilidade cívica do voto na condução da nossa nação tão amada.

Sem comentários: